Pesquisa sobre glifosato é publicada

12 anos atrás

Como informou o jornal argentino Página/12, de 17/08/2010, o pesquisador Andrés Carrasco, chefe do Laboratório de Embriologia Molecular da Universidade de Buenos Aires (UBA), publicou, em 9 de agosto último, na revista Chemical Research in Toxicology, da Sociedade Americana de Química (ACS, sigla em inglês), a pesquisa Herbicidas a base de glifosato produzem efeitos teratogênicos em vertebrados interferindo no metabolismo do ácido retinóico. O estudo confirmou as deformações produzidas pelo tóxico mesmo em diluições muitas vezes menores do que as do produto comercial. O praguicida pode permanecer largos períodos no ambiente e pode se deslocar a longas distâncias, transportado pelo vento e pela água.

Dentre os efeitos deletérios da substância constam: microftalmia (olhos menores que o normal), microcefalia (cabeças pequenas e deformadas), ciclopia (um olho só, no meio do rosto), malformações craniofaciais (deformação de cartilagens faciais e craniais) e encurtamento do tronco embrionário. E a pesquisa não descarta que, em etapas posteriores, se confirmem malformações cardíacas. Estudos já comprovaram que a placenta humana é permeável ao glifosato.
“O efeito (do glifosato) sobre embriões abre a preocupação acerca dos casos de malformações em humanos observadas em populações expostas em zonas agrícolas”, observa a revista científica e explica: “Devido a defeitos craniofaciais observados em seres humanos de zonas agrícolas, decidimos explorar se os genes implicados no desenvolvimento da cabeça são alterados com os agrotóxicos. Confirmamos que tanto a marca comercial como o glifosato puro produzem defeitos cefálicos”.
A revista científica assinala que se avançou em um feito inédito, de particular interesse para o meio científico, que é vincular as malformações com a influência do glifosato sobre o aumento do ácido retinóico (derivado da vitamina A, normal em todos os vertebrados e essencial para a regulação correta dos genes envolvidos na vida embrionária). “Pequenas variações de ácido retinóico produzem malformações. Nosso trabalho é a primeira evidência de que as malformações produzidas pelo glifosato estão associadas com o ácido retinóico”, explicou Carrasco ao jornal argentino Página/12.

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