Meio ambiente: A crise financeira mundial reduziu a emissão de CO2

Meio ambiente: A crise financeira mundial reduziu a emissão de CO2

Emissões de dióxido de carbono (CO2) são o principal contribuinte para as alterações climáticas antropogênicas. Apesar de uma redução na emissão de (CO2) em 2009 relativamente a 2008, ainda continuamos com as duas marcas mais altas da história.

Conforme matéria circulada na imprensa eletrônica, em 22 de novembro, a crise econômica global levou a uma redução de 1,3% na produção mundial de CO2proveniente da queima de combustíveis fósseis no ano passado, de acordo com o Global Carbon Project, um grupo internacional de cientistas que analisa dados sobre emissões no planeta.

As conclusões do grupo foram publicadas na última edição da revista científica Nature Geoscience, e mostram que as emissões de carbono de 2009 foram menores que as de 2008 e são as segundas mais altas da história.

A queda, no entanto, ficou bem abaixo dos 2,8% previstos no início da crise. Isso porque, segundo o relatório Carbon Budget, em muitos países em desenvolvimento houve aumentos significativos. Em 2009, a China produziu cerca de 8% a mais de CO2, e as emissões da Índia subiram 6,2%, em comparação com o ano anterior.

“Isso (a redução abaixo do previsto) aconteceu porque a queda no Produto Interno Bruto do mundo foi menor do que se esperava. E a quantidade de CO2 liberada por unidade de PIB melhorou apenas 0,7% em 2009, bem abaixo da sua média histórica de 1,7% ao ano”, afirmou Pierre Friedlingstein, que coordenou o estudo.

Nos últimos anos, Índia e China vêm aumentando o consumo de carvão como fontes de energia, o que leva a uma participação maior desses países na produção global de dióxido de carbono. Por outro lado, a crise econômica mundial afetou mais duramente as economias dos países desenvolvidos, provocando uma grande redução na queima de combustíveis fósseis.

As emissões do Reino Unido caíram 8,6%, por exemplo, na linha do que aconteceu nos Estados Unidos (6,9%), no Japão (11,8%), na Alemanha (7%) e em outros países industrializados. O documento afirma ainda que na década de 2000 a 2010, as emissões provocadas por desmatamento caíram 25% em comparação à década anterior. O índice reflete, segundo os cientistas, dados revisados e publicados recentemente.

O levantamento também prevê que as emissões globais vão aumentar mais de 3% neste ano, voltando ao patamar de crescimento registrado entre 2000 e 2008. Atualmente, a concentração de CO2 na atmosfera está 39% acima dos níveis pré-industriais, e no nível mais alto dos últimos 2 bilhões de anos, segundo os cientistas. Por conta de sua importância tóxica e ecotóxica, o dióxido de carbono é uma das substâncias incluídas pelo Ministério do Meio Ambiente no Registro de Emissões e Transferência de Poluentes (RETP) e que passará a ter declaração obrigatória por parte das empresas enquadradas a partir de 2011.

A partir de segunda-feira, representantes de mais de 190 países se reúnem em Cancún, no México, para tentar chegar a um acordo para coibir as emissões globais. A 16ª reunião das Nações Unidas sobre Mudança Climática deve durar duas semanas e é vista por muitos como um teste sobre a possibilidade de ser encontrar um meio termo que leve a novas estruturas de controle de emissões, a exemplo do que foi acertado no Protocolo de Kyoto, em 1997.

Fontes:

http://www.nature.com/ngeo/index.html

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/11/101122_quedaco2ebc.shtml

http://www.greenpeace.org.br/clima/pdf/protocolo_kyoto.pdf

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