Dilemas na conservação dos elefantes africanos

10 anos atrás

Mais de 80 elefantes africanos, além de inúmeros outros animais de menor porte, foram mortos por caçadores que adicionaram cianeto a fonte de água na maior reserve de caça do Zimbábue. Nove caçadores foram presos depois que funcionários do parque os rastrearam até um depósito de marfim escondido no parque.
 

Mas a tragédia não termina com a morte dos animais, estudo desenvolvido pela Universidade de Sussex e publicado no periódico The Journal Frontiers in Zoology sugere que os efeitos da matança de adultos se propaga para os indivíduos mais jovens que apresentam as habilidades de tomada de decisão dos prejudicadas pelas operações de abate comuns nas décadas de 70 e 80. A pesquisadora líder Prof Karen McComb diz que o entendimento social dos animais jovens é prejudicado pela perda de adultos da manada, e estes se tronam menos hábeis em responder adequadamente ao chamado de outros elefantes. Há forte evidência de que a perda de elefantes adultos causa nos jovens efeitos semelhantes ao estresse pós-traumático.

E 2011, um número estimado de 25000 elefantes foram mortos, e os números para 2012, ainda não totalmente avaliados, parecem mais altos. Esta situação é uma reversão aos avanços obtidos em 1990, quando vários países assinaram um acordo internacional prevendo o fim do comércio de marfim, e a demanda global decresceu face às campanhas de conscientização com o consequente aumento das populações de elefante.
 

Defensores dos elefantes culpam a China. Conservacionistas e pesquisadores do mercado de marfim que monitoram o mercado ilegal no mundo apontam a Nigéria como o centro do mercado ilegal de marfim africano, sendo os chineses os maiores compradores. Em 2011, o governo nigeriano criou uma legislação rígida tornando ilegal a oferta, anuncio ou venda de marfim. Apesar disso, os nigerianos vêm exportando as presas de elefantes para a China e os países africanos vizinhos estão exportando um numero cada vez maior de peças de marfim já trabalhadas.
 

Os caçadores parecem ser implacáveis, e conservacionistas do Quênia já anunciaram que mantida a taxa atual de mortalidade, os elefantes serão extintos em 15 anos. Em um continente aonde há abundância de armas de fogo e a pobreza é largamente difundida, a recompensa pela matança de elefantes compensa os riscos.

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